sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Tchau 2010

2010 foi um ano de altos e baixos, mas foi um dos melhores anos pra minha vida.
Descobri coisas novas que posso ou não posso.
Descobri que ser eu mesma é sempre melhor pra mim.
Falei quando devia, falei quando não devia, mas pelo ao menos não deixei de me fazer ouvir.
Sei que construí amizades, inimizades, fortaleci as minhas amizades antigas...
Em 2010, quase no finalzinho de 2010 percebi que eu não preciso mendigar amizade, seja de quem for. Ninguém merece minha "auto-piedade".
Aprendi a perdoar, mesmo que outros não me perdoem.
Percebi que sou muito mais do que esperava ser!

Em 2010 aprendi que "amar" é AMAR. Que não existem paradigmas suficientes que não possam ser quebrados, minha opinião sobre o amor mudou muito. Talvez o amor tenha sido a melhor experiência de 2010. De uns anos pra cá (ou melhor, pra trás) me tornei cética no quesito dos "dois partilharem os mesmo sentimentos". Dei uma chance pra mim e sei que agora estou bem feliz e estou bem longe de querer outra pessoa em minha vida. Alguém que me faz gostar de mim, gostar dele, que me faz escrever, que me faz rir, que me faz querer dançar, que compartilha sonhos, planos e, melhor, que executa esses sonhos, esses planos me merece e com todo o meu respeito.

Aprendi que minha familia pode não ser perfeita, mas sei que sempre estarão ali pra me apoiar nas minhas decisões.
Esse ano perdemos nosso bisavô João de Barros, mas sei que de onde ele está, estará muito bem.
Esse ano vi quanto minhas avós são guerreiras, cada uma em sua batalha.
Também vi o quanto tenho primas frescas, mas que gostam que só de mim (risos).
Ahh e também vi que tenho que parar de ter vergonha de beber na frente de meu pai, sim, eu ainda tenho isso :P

Em 2010 minha melhor amiga noivou e isso me deixou feliz, a familia dela é como uma familia pra mim e só de pensar que em 2011 faremos 10 anos de amizades... Isso me deixa muito feliz.

Para 2011 espero manter alguns comportamentos de 2010, espero ter mais paciência e sapiência em minhas decisões.

Em 2011 EU VOU começar meu projeto do meu robô e sei que no tempo certo estarei representando Manaus em alguma feira nacional ou internacional.

Bem, como todo final de ano sempre surgem as "promessas", porém, desejo que em 2011 suas promessas se transformem em metas e que você consiga alcançar seus objetivos.


segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Lendas de Segunda - SAM

Retirado do Livro: “Lendas em Nheengatu e Portuguez”, Antonio Brandão Amorim. Adaptação em Português por Iran Nery.

Em outros tempos, contam, Uansken estava conosco ainda sobre a terra.
Não fizemos mais, contam, coisas boas diante dos seus olhos, por isso ele subiu para o céu.
Em seu lugar deixou conosco, para nos vigiar, um moço que se chamava Sam. Sam, contam, era seu filho.
Durante todo o dia, contam, ele aconselhava as pessoas para não fazerem coisas ruins, mas não o ouviam. Assim contam, foi passando o tempo.
Um dia, Sam sumiu do meio das pessoas e seguiu rumo a cabeceira do rio. Dali voltou, deitando fogo por todo o mato. Depois desceu para a foz do rio.
O fogo, contam, vinha depressa, a gente começou a fugir da água grande. Sam quando viu já perto o fogo, fechou a foz do rio, o rio transbordou.
Para as serras, contam, todos fugiram. Gente, onça, cobra, taiaçu, tapir, caba, tudo que estava em cima da terra. Ali se juntaram todos. As pessoas brigavam, animal, caba, cobra ali foram morrendo.
Só a Serra do Mana não foi ao fundo, é a mesma, contam, aonde ainda hoje em dia está a madeira grande que nela se encostou.
Ninguém sabe depois de quantas luas a terra secou por inteira. Só ficaram, contam, algumas pessoas para contar outras novas como Sam fez na terra. Depois, contam, Uansken tornou a aparecer na terra, ralhou Sam por matar toda a gente, depois mandou-o para o tronco do céu, ali ele está.
Uansken tornou a concertar a terra, disse, contam, à Itá Mira para contar aos outros que aparecessem por que tinha ardido o mundo.
Agora, contam, a terra não vai mais para o fundo por que Uansken já marcou por onde chegar a água. Assim já foi, contam, para sumirem de cima da terra alguns animais ruins.
Quanto ao Curupira, contam, lugar da festa das pessoas, antes da terra ir ao fundo, ficava por trás da Cachoeira do Caruru. Estes cauassus antes da terra ir ao fundo era mata, hoje em dia areia, campina, a gente encontra por toda parte, porque foi carregada pelo rio e por ali ficou, por onde todo mato não cresce.
As pedras tem iraity que correu nelas do fogo. Assim os antigos contam.
A gente que ficou, contam, foi a Gente de Itá.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Ê Natal

Natal pra mim é uma data especial, mas me dá um desgosto ao ver que a hipocrisia impera neste período. Ver pessoas se abraçando porque é natal é tão triste, porque no outro dia voltam a ser o que eram.
Mas ainda há sua parcela de alegria, Natal significa esperança, luz, amor VERDADEIRO. A parcela de religiosidade no natal, a meu ver, é tão irrisório. A fé tem que estar presentes em todos os momentos e sem um dia específico pra “renova-la”, que esta seja renovada sempre que o possível, pois sem fé (seja no que for) o homem não vive.
Confesso que no decorrer desta semana algumas coisas me fizeram chorar (de tristeza), muitas coisas me fizeram sorrir, foi uma variável de sentimento constante. Fiquei pensando onde passar, com quem passar. Apesar de vários convites, eu sabia que teria que estar com quem me ama muito e que faria qualquer coisa para me fazer feliz.
Chegou o grande dia, a véspera, de manhã senti um aperto no coração porque eu sabia que se eu deixasse de ir pra três lugares específicos alguém ficaria triste pela minha ausência. Pela parte da tarde fui almoçar com o Iran, gostei da companhia (como sempre), depois fui pra casa.
Gostei da solução que meu irmão havia dado sobre onde passar o natal, pois eu conseguiria estar nos três lugares. J
Arrumamos as coisas da ceia, levamos para a casa de minha tia e daí começamos nossa Odisséia...
Do São Francisco à Nova Cidade é chão ein!
Não era um dos três lugares para eu ir, mas mesmo assim fomos visitar uns amigos da minha cunhada, não ficamos muito tempo e eu não conheci ninguém, fiquei na minha. Natal não é uma boa data para se conhecer pessoas, não gosto de dar “feliz natal” por mera educação.
Do Nova Cidade ao Rio Piorini
Não é tão longe, considerando como ponto de referência o lugar onde estávamos. Este sim era um dos três lugares onde eu deveria passar o natal. Ia estar perto de minha família, cheguei e meu primo veio correndo pra me abraçar. Legal como essas coisas de família se mantém, amor, fraternidade, é a melhor instituição que existe!
Adorei o abraço de meu primo, abracei meus tios e por último, minha avó Bibi, sim, este é o apelido dela, sempre a chamamos assim, não sei o porquê.
Minha avó sofre de mal de Alzheimer há quatro anos, sei que ela não lembra mais da gente, mas a gente lembra dela, por isso queria estar ali.
Quando a vovó estava bem, ela era a primeira a sair dançando, enquanto os netos dela (42 ao todo, fora bisnetos) ficavam todos com vergonha.
Não me lembro dela conversando sobre problemas, mas ela sempre falava: “vai melhorar”, “é pra frente que se anda”...
Ontem fiquei triste pelo estado dela, toda vez eu fico triste, mas ontem foi a primeira festa em família, em quatro anos, em que não a vi derramar uma lágrima. Fui conversar com meus tios, abraçar mais primos, minha família é grande!
Mas a melhor coisa veio no final, na hora de beijar a minha vó, dei “tchau” pra ela e ela me respondeu com outro “tchau”. Pode parecer leseira, mas aquilo foi a coisa mais fantástica pra mim, deu vontade de chorar, nunca mais tinha ouvido a voz de minha avó, a emoção foi grande, eu queria chorar, mas se eu chorasse ninguém iria entender. Voltei o caminho totalmente calada, chorando por dentro, mas de felicidade, fui honrada ao poder ouvir a voz dela.
Do Rio Piorini ao São Francisco
Conseguimos chegar antes da meia-noite, eu ainda estava em transe pelo fato ocorrido mais cedo, mas foi bem legal, ceiamos, nos abraçamos, o filho do meu primo, que tem três anos, não estava entendendo o que era aquilo. Minha tia, mãe e primos começaram a dançar e eu fiquei na minha tentando entender algumas coisas e esperando a hora passar.
Do São Francisco ao Juruá
Hora passou, Iran chegou pra me pegar e fui passar o natal com meu amor. Chegamos, conversamos, dançamos com as músicas das festas dos vizinhos, tomamos uma coca, depois uma cerva e fomos dormir.

Foi o melhor natal que tive, não por causa de artefatos, enfeites ou presentes. Mas pelo sentimentos que tomaram conta de mim.

Feliz Natal!



terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Ler

Nesta semana estava conversando com o Iran e o Ildo sobre livros que lemos, sobre hábitos de leituras, sobre livros que não conseguimos ler, sobre os que tentamos e sobre os que queremos.
Foi uma conversa bem legal e que me trouxe algumas lembranças e uma delas me deu inspiração pra escrever uma história para Lilás, esta será postada em breve.
Mas o post não é sobre isso, então deixemos isto pra lá. Até onde vi, os três possuem gostos diferenciados de leitura, mas uma coisa em comum, a gente consegue conversar sobre muitas coisas e o assunto nunca acaba.
Eu sou uma pessoa que tenho uma capacidade de me comunicar através do falar muito baixa, mas ela melhora sempre que eu estou lendo algo. Não sei o motivo, mas deve ter um bom motivo.
Um livro pode ser a melhor coisa pra um, mas pra outro...
Os livros me deram uma nova forma de ver a vida e sempre em épocas diferentes, até mesmo os infantis foram necessários pra mim. Muitas de minhas atitudes foram tomadas "copiando" de um livro.
Aprendi que eu posso imaginar e criar meu próprio mundo sem precisar viver nele, mas ter algo a me refugiar.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Lendas de Segunda - AMAO

Retirado do Livro: “Lendas em Nheengatu e Portuguez”, Antonio Brandão Amorim. Adaptação em Português por Iran Nery.

O Projeto Lendas de Segunda não caiu no limbo do esquecimento, a Nathy permitiu que eu fizesse a adaptação e as postagens das lendas.

No príncipio do mundo, contam, apareceu entre outras criaturas uma moça bonita, não sabia de homem, seu nome era Amao.
Uma tarde Amao foi para a beira do rio, lá sentou-se.
No mesmo momento passou por junto dela um cardume de peixes, suas escamas, contam, brilhavam de verdade.
Ela meteu a mão no rio e pegou um peixe.
O peixe fez-se forte na sua mão, pulou direta na sua "concha", furou-a, depois tornou a saltar para o rio. Desde aí sua barriga foi crescendo, quando chegou a lua cheia, ela teve um menino.
A criança já tinha duas luas quando a sua mãe foi pescar na cabeça da correnteza.
Ela havia deixado o menino deitado em cima de uma pedra.
Já era meio dia quando Amao saiu, foi ver o menino e o encontrou já morto.
Carregou seu corpo e chorou durante toda a noite, quando o sol apareceu, o menino falou desse modo:
- Minha mãe, repare como os animais e os pássaros estão rindo de nós. Eles mesmos me espantaram para eu morrer.
- Agora para eles não escarnecerem de ti, defume-os com resina para virarem pedra.
Assim ele falou.
Pela parte da tarde, Amao enterrou seu filho, a meia noite ela virou todos os animais em pedra.
De manhã, contam, cururu, cujubim, pássaro-pajé, lontra, já haviam se tornado pedra. Cobra grande, raia, taiassu, tapir só não viraram pedra porque foram comer na cabeceira.
Amao voou logo para a cabeceira, pousou em cima de uma pedra grande, ali encontrou taiassu e tapir dormindo.
Amao surrou primeiro tapir, depois surrou o taiassu, ambos morreram. Depois retalhou o tapir e taiassu, jogou suas carnes no rio e deixou somente a coxa do tapir e outra do taiassu em cima da pedra, ali as transformou em pedra.
Como a cobra grande e a raia ainda estavam comendo no fundo do rio, ela fez um laço na beira do rio para agarra-los.
Já era noite quando ouviu alguma coisa se debatendo no laço, foi ver e encontrou a cobra grande com a raia. Jogou resina nelas que viraram pedra imediatamente.
Depois voltou a ensinar todos os trabalhos a gente de sua terra.
Sentou um forno, mostrou como se faz beiju, farinha, farinha de tapioca e mais uma porção de coisas.
Depois de ensinar tudo, Amao sumiu dessa terra, ninguém sabe para onde.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Lilás em: A experiência da primeira menstruação - Parte II

Fui até minha mãe, ela estava no quarto, deitada numa rede, fui com pensamento de raiva da minha irmã...

- Essa lesa, eu pedi pra ela não contar, eu pedi!

Minha mãe:

- A Clarinha me falou o que está acontecendo...
- Hum!
- Você menstruou.
- Anhan...
- Sabe o que significa?
(Que nunca mais eu vou poder brincar de boneca, manja-pega, manja-esconde, que eu preciso andar com outras amizades)
- Anham...
- Comprou absorvente?
- Não...
- Pega um ali na minha gaveta que eu vou te ensinar a usar.


E ela me ensinou, mas juro que morria de vergonha e que não conseguia falar mais do que uma palavra a cada vez que ela falava.
Dormi aquela noite com raiva e ao mesmo tempo com medo, era quinta e eu teria aula de manhã, depois meu pai nos pegaria para passar o final de semana com ele.
Mil coisas rolam em nossa cabeça, mil pensamentos!
Eu estava me tornando uma mulher naquele momento?
Meu mundo havia acabado ali...
Amanheceu, tomei meu banho e fui para escola, o tempo todo calada. Eu, que era acostumada a sentar na primeira cadeira frente à mesa da professora, fui para a última cadeira do canto. Andava toda envergonhada, quase que me escondendo. Uma coleguinha, a Karlinha me perguntou o que eu tinha e eu falei. Ela me disse que também já menstruava e que isso era normal pra ela. Confesso que fiquei mais alegre e menos envergonhada até chegar a hora do recreio e ter que me levantar novamente. O que já não bastasse, aquele gatinho mais gatinho veio falar comigo e me oferecer pipoca, eu recusei.
Justo hoje - pensei.

Saí da aula, fui pra casa e lá fiquei até meu pai chegar e ficar todo errado pra mim, uma das primeiras coisas que ele me falou foi:

- Você sabe que agora já pode engravidar né?
- Hã???

Pensei: "Ele não percebeu que eu ainda sou uma criança?". Era informação demais pra mim naqueles dois dias.
Peguei minhas coisas e fui pra casa do pai, chegando lá minha madrasta resolveu me levar no supermercado pra que eu aprendesse que existe vários tipos de absorventes. Compramos e depois ela abriu um a um e explicou...
Quando este pesadelo termina?? - Era só nisso que pensava.
Seis dias se passaram e enfim, tudo terminou. Voltei a brincar de boneca sem pensar que no mês seguinte a novela voltaria.



Lilás em: A experiência da primeira menstruação - Parte I

Pode parecer bizarro, mas a primeira menstruação de uma mulher pode acarretar algumas situações desastrosas, aconteceu com a Lilás, mas é melhor que ela conte esta história:
Eu tinha 11 anos quando isso aconteceu, foi o pior dia da minha vidaa!
Tá, foi bem exagerado, mas com toda a certeza, foi um dos piores.
Eu só queria o que toda criança na época queria: continuar sendo criança!
Quando criança adorava brincar de patins depois da aula e na escola mesmo, todo dia eu arrumava meus patins na minha bolsa e levava para brincar no pátio da escola, e neste dia eu brinquei, foi tão legal, mas tão legal... Mas quando cheguei em casa tive uma decepção.
Fui tomar meu banho quando vi algo diferente na minha calcinha, sim, eu havia menstruado, a primeira coisa que pensei foi:

- Mellldellsss!!!! Minha Mãe vai me brigar!

Fiquei agoniada, eu acho que eu gastei todo o rolo de papel higiênico que existia ali no momento...
Todo dia eu saia com minha irmã pra comprar brinquedo e estava no banheiro justamente para tomar banho para isso, mas onde eu tinha cabeça? Estava em uma situação meio delicada e muito complicada pra mim.
Minha irmã bateu na porta:

- Vamos Lilás, senão a lojinha do Seu Chiquinho fecha!
- Calma Clarinha, eu tou quase pronta.

Eu nem estava, eu estava era chorando aos prantos, mas mesmo assim, dei um jeito e fui. No meio do caminho minha irmã percebeu o desespero em meu olhar.

- O que você tem Lilás?
- Se eu te contar, promete não contar pra mamãe?
 Beijando os dedinhos, ela respondeu:
- Sim, eu prometo!
- Clarinha, eu acho que menstruei!!!!!
Ela deu um grito no meio da rua:
- AII!!! AGORA TEMOS QUE FALAR PRA MAMÃE!
-Não, você prometeu não falar, quando eu ficar mais velha, deixa que eu conto.

E eu na minha inocência de menina, acreditei que isso aconteceria. Chegamos no Seu Chiquinho, minha irmã saiu com uma boneca e eu saí sem nada. Seu Chiquinho estranhou, no fundo eu percebi que ele sabia o que estava acontecendo comigo.
Naquela época não tínhamos internet, não sabia como proceder, peguei um livro e li que se tratava de um ciclo e que não terminaria em um dia.
Pensei em dizer no outro dia que eu estava mal e não poderia ir à escola, mas minha mãe perceberia que eu estaria mentindo, fiquei procurando mil e umas desculpas. Até que eu ouvi minha mãe me chamar...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Lilás & Seus Amigos

Oiew,

Quero apresentar pra vocês uma novidade no Blog, apresento histórias de "Lilás e Seus Amigos"

Quem é Lilás?
Lilás é uma garota/mulher, ela contará causos da vida dela... Coisas que vocês tem medo de dizer (ou não). Mas com uma pitada de humor, emoção, drama, depende do que seja a história.
Ela ainda não tem cara (nem sei se terá), mas possui seu nome lindo, belo e único.
Personalidade bem definida, ou quase, mas a guria não é bipolar, tenha certeza disso!

Agora uma novidade, você pode colaborar com histórias aqui também e compartilhar conosco, podem ser reais ou não, desde que os nomes dos personagens sejam ficctícios. Gostou?

Querendo compartilhar estas histórias é só enviar um email para: nathalyleitee@gmail.com

Espero poder contar várias histórias aqui e conto com seu apoio também.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Admirável Mundo Novo



Esses dias andei lendo um livro que já conhecia por nome e tinha muita vontade de ler, o livro é o Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Gostei tanto que decidi pedir um espacinho aqui no Blog da Nathaly para comentar a respeito.
O livro foi publicado em 1932 e narra a história de uma fictícia sociedade futurista, onde conceitos e costumes que outrora a humanidade já teve não existem mais e sequer são comentados.
Ideias sobre família, sentimento, espiritualidade, velhice tornaram-se ultrapassadas. A forma de vida das pessoas é predeterminada no momento do seu “nascimento”, processo concebido apenas através da reprodução feita por laboratório. O ato sexual é uma prática comum e recomendável a todas as pessoas, inclusive crianças já eram condicionadas a praticar como forma de exercício e entretenimento. A fidelidade é algo desconhecido, não existem “esposas/esposos”, “namorados/namoradas” e nem “pais/mães”. Todos tem o livre arbítrio para escolher com quem querem se relacionar.
As pessoas são divididas por castas, sendo as castas inferiores formadas através de um método de reprodução chamado Processo Bokanovsky, noventa e seis gêmeos idênticos retirados de um só ovo (detalhe: isso ele criou em 1932, seria isso clonagem?). Os formados por meio do Processo Bokanovsky eram designados a realizar trabalhos de baixa complexidade com pouco exercício mental e muita atividade física. Os pertencentes às castas superiores eram gerados de forma individual, mas também condicionados a manter um tipo de vida predeterminada as suas atribuições, conhecimentos e limitação.
Não existem deuses e nem religião.
De certa forma, com todo o controle feito por intermédio de um sistema, essa sociedade vive de forma organizada e pacífica e uma droga chamada Soma é responsável por manter os pensamentos das pessoas nos eixos. [Trecho do livro]: “Não há civilização sem estabilidade social, não há estabilidade social sem estabilidade individual”.
[Trecho do livro]: “... As pessoas são felizes, tem o que desejam e nunca desejam o que não podem ter. Sentem-se bem, estão em segurança, nunca adoecem e não tem medo da morte; vivem na ditosa ignorância da paixão e da velhice, não se acham sobrecarregadas de pais e mães, não tem esposas, nem filhos e nem amantes... São condicionadas de tal modo que praticamente não podem deixar de se portar como devem.”
No começo do livro, estava achando exagero da parte do autor, mas refletindo melhor, percebi que a linha que divide essa ficção da nossa realidade está cada vez mais tênue. Muitos valores e comportamentos deixaram de ser ficção de um mundo futurista para se tornar uma expressão do modo vida atual.
Basta olhar ao redor, os avanços científicos (alimentos transgênicos, remédios cada vez mais comuns para o nosso dia a dia, a ovelha Dolly), a “aldeia global” que o planeta se tornou, os conflitos familiares que lemos nos jornais (o conceito de pai, mãe, filhos, casamento ainda são os mesmos?) A supremacia imposta pelas classes mais ricas. Parece que esse Mundo Novo já não é tão novo assim para a gente. Mesmo assim vai a saudação:
Sejam bem vindos senhores, ao Admirável Mundo Novo!
P.S: 27 anos depois, Aldous escreveu o "Regresso ao Admirável Mundo Novo" mostrando que algumas coisas que ele havia "profetizado" em Admirável Mundo Novo estavam prestes a ocorrer mesmo, assim que tiver a oportunidade eu o lerei também.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O Segredo da Felicidade

Como sempre parei, pensei e devaneei... E mais um post criei.

Você já parou pra pensar na felicidade?
O quanto você é feliz ou o quanto você deseja ser?
Percebeu os parâmetros que usamos pra se tratar da “felicidade”?

Com certeza, em vários momentos de minha vida já parei pra pensar se sou feliz ou em como seria feliz. Mas estes dias me tenho visto em situações que fazem me compreender que a felicidade não está no que almejamos encontrar e nem em como almejamos encontrar, mas no que temos no momento. Mas, dificilmente a gente percebe a felicidade no momento em que ela ocorre.

Quando criança, lembro que gostava de ver aquelas revistas com lindas casas, lindos jardins e sonhava com aquilo pra mim, daquele jeitinho. Também tinha o sonho de chegar aos meus 16 anos e fazer um monte de coisas. Confesso que planejei.

Planejei e aos 16 anos realizei muito do que havia pensado, mas o mais legal de tudo foi fazer aquilo que eu não imaginava fazer. Eu estava em meu ensino médio e tinha amigos incríveis, com histórias incríveis. Percebo hoje que o sonho se ajusta a realidade.

“Valorizar cada momento como se fosse o último”, clichêzão né?

Experimente fazer isso, na hora pode até lhe dar alguma alegria, mas a diferença será depois, confia nisso.

Agora, tente lembrar-se de um momento legal, que te faça rir, chorar de emoção ou dar aquele friozinho na pele. Percebeu?

Aí está, a felicidade anda ao lado de quem quer o melhor pra si, mesmo sem saber o que se quer direito.

Obviamente muitos pensamos e lutamos para uma vida boa, um amor pleno, a gente planeja o caminho da felicidade. Enquanto isso ela fica o tempo todo ali, na espreita, é como se ela estivesse do nosso lado dando aquele sorriso de criança sapeca que aprontou alguma.

Eu tenho o segredo da minha felicidade e o segredo é o mistério de não saber de que forma e quando ela aparecerá pra mim.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Princesinha Parabólica

Hoje minha noite não foi fácil, chorei por situações complicadas, Camila me abraçou e me disse "Eu te amo, pára de chorar..."
De umas horas pra cá meus sentimentos foram se comportando e eu parei pra pensar que nunca escrevi sobre a Camila em um texto de meu blog e não demonstrei a importância que ela tem em minha vida.
Conheço a Milinha antes mesmo de ela nascer, quando ela nasceu olhei pros olhinhos claros dela e foi amor à primeira vista de ambas as partes.
Quando ela tinha um ano eu parava pra conversar com ela (ou fingir que conversava), não entendia o que ela falava, mas dava pra ver que ela gostava de falar comigo.
A primeira palavra que ela aprendeu a falar foi "Nathaly", ela passava mais tempo comigo do que com a mãe dela, então tive uma boa parcela de culpa nisso.
Aos três anos de idade dela eu tive depressão, estava sobrevivendo, mas ela sempre ia me visitar, morava em frente à minha casa. Ficávamos sentadas no chão, eu, ela e meu cachorro Max, eram minhas companhias legais.

Lembro de um dia que deitamos e ela falou o primeiro "Eu te amo" pra mim. Pode parecer a maior babaquice, mas aquilo foi super animador e mudou completamete minha vida.
Amo a Camila como se fosse minha filha, na verdade a considero assim, posso não a ter gerado, mas o carinho que uma tem pela outra é totalmente inexplicável. Gosto de fazê-la dormir, gosto quando ela conversa comigo, quando a gente rir juntas, quando contamos piadas.
Pensei que este carinho fosse acabar, mas hoje, ela tem 9 anos de idade e o meu carinho por essa coisinha só aumenta.
A amo demais.





"Se a TV estiver fora do ar quando passarem os melhores momentos da sua vida, pela janela eu estarei de olho em você, prenda minha parabólica, princesinha parabólica... Nada nos separa!"

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Desabafo de uma Professora

Nestes últimos tempos estou meio infeliz de como minha profissão está sendo desvalorizada, têm dias em que vir pra escola se torna um desafio. Todo meio-dia, no sol quente, preciso pegar um ônibus pra zona leste da cidade e, muitas vezes, sem almoçar.
É chato você se planejar, preparar sua aula, praparar dinâmicas e ver um grande desinteresse dos estudantes.
Quando fala-se em festas, eles se animam, quando fala-se em estudos, eles não querem nada.
Isso me deixa triste e faz mais triste ainda quando colegas de trabalho me aconselham a só passar um trabalho e dar logo 10 pra eles passarem.
Eu não escolhi ser professora pra isso!
Sei que consigo ministrar uma boa aula e sou competente o suficiente, talvez eu não esteja usando a didática certa, sei lá.
Eu gosto dos elogios que me fazem, gosto quando falam que eu sou uma boa professora, mas eu desejo ver isto dos meus alunos.
É fato que a mente dos alunos da Zona Leste não é igual aos da Zona Sul (citei as duas zonas como comparação porque foram as únicas nas que trabalhei), poucos fogem esta excessão, mas a maioria pensa que se ganhar R$1000,00 no mês a vida deles será uma maravilha, acham que ser amigo do maior galeroso do bairro é legal, pensam que "dar porrada" em alguém é a coisa mais honrosa do mundo.
Triste ver o caminho que seguem, por mais que você pare pra falar, pra conversar (o que faço bastante), nada parece fazer efeito.
Boa parte desse comportamento desinteressado do aluno a direção da escola é culpada, com essa política de educação de merda que segue. Não podemos reprovar muitos alunos, por causa da verba. Eu sou o tipo de pessoa que não estou nem aí, talvez, no ano que vem eu nem esteja mais neste emprego ou seja remanejada pra outra escola (é o que fazem com os "rebeldes"), mas eu não quero ver nenhuma das pessoas para quem eu ministrei aula sendo um péssimo profissional.Sou a favor de somente passar quem aprendeu e ponto.
Amo minha profissão, mas estas coisas me deixam assim, mal.
Vocês não tem noção de quanto eu vibro quando eu consigo dar uma aula de acordo com minhas expectativas, quando eu percebo que eles aprenderam.
Talvez este texto mostre minha pessoa fraca, sem esperanças, não pensem nisso. Tenho esperança de que isso pode mudar, ainda tenho alguns meses pela frente pra fazer a diferença e eu só desistirei no final, tudo o que eu puder fazer pra tornar este quadro mais jeitosinho, eu farei. Só precisava desabafar mesmo e, com isso, trocar ideias com meus colegas educadores.

domingo, 19 de setembro de 2010

A Planta da Mariazinha



Na última vez que fui pra Presidente Figueiredo, me lembrei de quando era criança e que via o matinho da foto acima eu falava: "Fecha a porta Mariazinha que teu pai já morreu".
Será que mais alguém fazia isso?
E, a propósito, eu não sei o nome desta planta.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Eu no Anime Jungle Party 2010

Para quem não sabe o que é o Anime Jungle, segue o link: Anime Jungle Party


Este Anime Jungle 2010 foi muito bom, em vários aspectos, mas, principalmente pelas boas companhias que tive neste dia.
Sei que a qualidade dos Cosplays de Manaus precisam mudar e muito, mas valeu muito a tentativa e a coragem de ousar, ainda mais com o calor (de clima) mesmo que a nossa cidade possui.

Vou deixar meus agradecimentos pelas companhias:


À minha amiga Erica, sempre gosto da companhia dela, mas na AJP foi diferente, porque ali podíamos brincar ao invés de ficar só conversando. Amei mesmo viu. :)



Iran, menino que nos salvou, Eu e a Lau. Essa foto merece estar aqui porque este menino, que nem sei o nome salvou a mesa do júri com suas canetas. Valeu aew! :D









A Lau foi uma ótima companhia, super engraçada e cabeçuda, gostei mesmo!












A Jéssica e o Felipe, primos do Iran, gostei também deles estarem lá.













O advogado da KoF do Sétimo Dia, o Dr. Ildo, foi o único que me levou à sério e me deu R$1,00 :D










Tentei achar alguma foto legal que tiramos  no evento, mas preferi deixar esta pós-animeJungle2010. Esse é meu companheiro pra todas as horas e todos os programas, aproveitamos ao máximo o evento, deu pra cansar legal. Deixo aqui meus agradecimentos por ter sempre sua companhia. Te amo Iran!






Mais fotos do que curtimos no evento, é só seguir o link abaixo:
Anime Jungle 2010

Até a próxima!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Decisão Feita!


Já era pra ter escrito este post, mas devido às coisas boas que ocorreram e estão ocorrendo em minha vida, resolvi dar espaço a elas. Escrevo este em resposta ao "A Hora de Escolher". Só pra constar e dizer que tomei a decisão certa doeu no início, pensei que fosse doer mais, mas que nada, foi uma das melhores decisões que tomei em minha vida e, agora, estou mais feliz que nunca. :D

A gente pensa que não vai ser forte o suficiente pra poder passar inteira por uma situação, mas às vezes nem percebemos o quanto aquela situação está nos prejudicando. Mas uma coisa é certa, se algo te faz sofrer, seja o que for, saia de perto, mande pra longe. Estando distante de situações deste tipo revigora suas forças.


segunda-feira, 24 de maio de 2010

Quem nunca sofreu por amor, atire a primeira pedra

Hoje aconteceu uma coisa estranha, um dos meus alunos chegou cedo e pediu para que eu conversasse com ele e eu, prontamente coloquei-me à disposição.
Ele me pediu conselhos porque a namoradinha dele havia terminado e ele estava triste que não conseguia mais agüentar aquela dor.
Ele tem apenas 16 anos, 8 anos mais novo que eu, mas ele confiou em mim para o ajudá-lo.
Conversei, falei as palavras que achava certo falar, mas eu o compreendi tanto.
Tipo, na nossa época algumas pessoas mais velhas não davam muito valor ao nosso sofrer, “ah você é nova, vai passar”, “tão nova e sofrendo por amor?”. Diga quem quiser o contrário, mas nossa adolescência é a idade mais pura de amar alguém, como amor, é onde descobrimos muitas coisas, quando todos os sentimentos entram em conflito.
Quando crianças amamos com pureza, não temos maldade no coração e nosso amor ainda não é algo de “amor amante”.
Quando adultos, procuramos amar de forma mais madura, mais racional.
Mas, quando adolescentes, amamos loucamente, com todas as forças, nos apaixonamos. Creio que seja a fase do primeiro amor.
De verdade, espero ter o ajudado com as palavras que disse, com o abraço que dei. Mas assim, como eu, você sabe que, nesse tipo de coisa, podemos falar mil coisas à pessoa, mas dificilmente será o que ela quer ouvir.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Esta noite, tive um sonho...

Por Juçara Menezes, autora do Blog Pulga Na Farinha


Ontem foi um dia deveras estressante. Chefe pedindo coisas e coisas, monografia com atrasos e muitas outras correrias. Já em casa, me dediquei a outro problema: fazer com que Tigra Fellini, do meu jogo The Sims 2, conseguisse que seus seis gatos chegassem ao topo da carreira. Que é? Jogo de PC também é cultura!
Depois deste delicado dia, fui dormir.
E então eu sonhei...

Estavam eu e Ana Bellas (que só conheço por Twitter) esperando por Nathaly Leite (que também não conheço pessoalmente) em uma praça, dessas que tem uma fonte funcionando no meio. Nathy chegou e tinha um filho, branquinho e fofo como ela. Decidimos que era hora de fazer alguma coisa e procuramos por uma piscina.
Mas não uma piscina qualquer! Era preciso procurar por entre blogs e sites diferentes, de maior agitação. Entramos primeiro no meu blog e não havia nada de interessante. Saímos correndo do Rodrigo não senhor temendo as balas e finalmente chegamos a um Clube.
Sob forte calor, as meninas resolveram dar uma volta e deixaram o guri comigo. Eu, como boa samaritana, fiquei dentro da piscina petiscando um chopps e dois pasteis, enquanto olhava as meninas passeando.
Qual não foi minha reação quando vi Nathaly ao pé do ouvido com um mocinho com corpo de Michael Jackson e chapéu de cowboy do Broke Brack Mountain! Sim, era verdade! Conheço muito bem os olhares de luxúria...
Procurando por Ana, a vi recebendo mais um Martini Rosé de um certo moreno alto bonito e sensual. Apesar das investidas do rapaz e dos sorrisos maliciosos de ambos, eu juro que ele parecia com o Tiririca...
De repente, não mais que de repente...
“Acorda Alice! Vai trabalhar!” avisou o despertador...
E fiquei sem saber se afinal a Nathaly e MJ ficaram juntos ou se a Ana ria ou morria com o anti-galã. Arfe! Preciso mesmo é ficar uma semana sem Twitter...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Guerra dos Pakaraos

Retirado do Livro: “Lendas em Nheengatu e Portuguez”, Antonio Brandão Amorim. Adaptação em Português por Nathaly Leite. Texto original aqui.

Logo depois de aparecer o mundo, subiu por este rio, da foz, uma porção de gente. Como por toda beirada já havia gente, os Pakaraos começaram guerreando contra essa gente para tomar a terra. Eles imediatamente, contam, mandaram Guerreiros tomar uma cidade da Cachoeira do Jacaré. Como havia gente nessa cidade, ela fez os Pakaraos correrem rio abaixo.

Durante uma lua, ninguém soube onde estavam os Pakaraos.

Contam que os Pakaraos, depois de correrem dessa cidade juntaram-se e o Pajé deles disse-lhes então:

- Para tomarmos este rio é bom tomarmos ainda as mulheres deles. Eu vou assoprar um pedaço de iraity cheiroso para com ele fazer fumaça para a cidade deles. Por via desta fumaça vocês hão de ver o coração das mulheres voltar-se para nós, elas nos hão de procurar imediatamente! Hoje mesmo vou fazer nossa pussanga para nós irmos para essa cidade já amanhã.

Contam que na outra manhã, os Pakaraos combinaram o modo de assinalar o caminho.

Em meio da noite eles foram para a Ilha da Cachoeira do Jacaré, e ali começaram a fazer fumaça para essa cidade.

A gente da cidade sentira logo a fumaça, aborrecida, mandaram as imediatamente suas mulheres para o Lugar da Onça. Como só tinham ficado homens ali, no outro dia eles se preparam para tomar a Ilha da Jararaca. Antes do dia se enfaceirar, atravessaram para a Ilha, quando ali chegaram as flechas caíram em cima deles como chuva e ali morreram muitos.

Como eles viram que essa gente poderiam fazer fumaça para ninguém enxergar, subiram o rio e foram esperá-los na Ilha do Fogo. Os Pakaraos pintaram logo nas pedras seu sinal para que sua gente pudesse ver, depois subiram o rio e foram para a Ilha do Fogo atrás daquela gente.

Os restos da gente dos Pakaraos chegaram à Ilha da Jararaca, viram logo o sinal de seus companheiros, disseram:

- Vigiem como somos valentes! Aqui estão sinais de nossa gente, eles estão mostrando que devemos subir em seu seguimento cinco enseadas! Tudo é bonito, nós somos valentes!

No outro dia, contam, os Pakaraos subiram o rio e fizeram logo fumaça para a Ilha do Fogo. Essa gente que estava lá partiu imediatamente para a Enseada da Onça, os Pakaraos seguiram atrás, deixando sinais na ilha.

Assim contam, essas gentes foram subindo o rio, para onde se sumiram.


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Significados

Iraity: Cera de abelha
Pussunga:
Remedio caseiro, feito principalmente na regiao amazônica

Lendas de Segunda


Ontem estava eu vasculhando meus livros a procura de um livro de UML, porém me deparei com outro que fez cessar minhas buscas.
Encontrei um livro de lendas: “Lendas em Nheegatu e Portuguez”, de autoria de Antonio Brandão Amorim. Reproduzida pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, em 1926, Rio de Janeiro, foi escolhida para compor o volume 6 da coleção “Hiléia Amazônica”, publicado em 1987 em Manaus pelo Fundo Editorial – ACA. E é este volume que possuo.
Não sei como este livro veio parar em minha família, mas eu já o li quando criança, aos meus 7 ou 8 anos de idade. Quando o li eu me lembro ter ficado impressionada com o “portuguez” em que foi escrito, porém maravilhada com as histórias que continham nele.
Sendo assim, tive a idéia de postar todas as segundas-feiras as lendas que constam no livro, serão publicadas na categoria “Lendas de Segunda”.
Como o livro está publicado em “portuguez” irei escanear o original e adaptar para o nosso português atual.
Não sei se terá o mesmo impacto de leitura quanto teve há mais ou menos 16 anos atrás, mas espero que vocês gostem.

Biografia de Antonio Brandão de Amorim, por Jorge Tufic.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

A Hora de Escolher

Por mais idade que se tenha, por mais experiência que se passe, enquanto continuarmos vivendo passaremos por situações em que deveremos escolher por onde caminhar.
Por mais difícil que seja uma decisão ela deve ser tomada sempre pensando primeiro em você, depois nos outros. Estar bem consigo mesma (o) é muito melhor do que tentar ser o que você não é.
Sou teimosa e essa minha teimosia me prejudica muitas vezes.
Eu fico chateada quando minha consciência me encontra e me diz que eu estou errada, que eu preciso agir e eu espero pra ver se melhora e, geralmente, só piora.
Devo confiar mais no meu sexto sentido!
Devo confiar mais no que eu acredito!
Devo confiar mais na pessoa que eu sou!
Valorizar opiniões de outros é importante, mas por muitas vezes, abro mão do que é importante pra mim para continuar numa situação que não me faz bem.
Por mais que eu sofra (e sei que vou sofrer), é chegada a hora de escolher e a hora é agora.
Detesto situações que me façam agir contra meus princípios, que me levem a ter comportamentos imaturos, eu sei quem eu sou e não gosto de perder minha identidade, minha forma de pensar, minha maneira de ser, por nada e por ninguém.
Talvez isso possa parecer meio bruto de minha parte, que seja!
Mas eu só quero meu bem e sempre!
Como toda ação gera uma reação, esperemos pra ver o que acontece, mas nesta situação eu, Nathaly Leite, não aceito mais ficar!

“Eu sou a luz das estrelas, eu sou a cor do luar, eu sou as coisas da vida, eu sou o medo de amar, eu sou o medo do fraco, a força da imaginação, o blefe do jogador, eu sou, eu fui, eu vou. Eu sou o seu sacrifício, a placa de contra mão, o sangue do olhar no vampiro e as juras de maldição. Eu sou a vela que acende, eu sou a luz que se apaga, eu sou a beira do abismo, eu sou o tudo e o nada.” Gita, Raul Seixas

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Projetar Alguém

Sempre tem um dia, algum momento, ou melhor, vários momentos, em nossas vidas em que a gente pára pra pensar o que estamos fazendo com nós mesmos, tive o meu neste fim de semana. Talvez eu ter ficado doente, sem conseguir conversar direito com ninguém foi a forma em que meu “eu” encontrou para ficar comigo mesma em paz.

Tenho notado certo descontrole emocional com situações novas em minha vida e com o medo de enfrentar estas novas situações. É incrível como as coisas funcionam quando deixamos o nosso lado emocional ultrapassar nossa razão.

Uma canção dos Engenheiros do Hawaii cai bem em meu comportamento e em meus pensamentos desta semana:

“Eu pago meus pecados por ter acreditado que só se vive uma vez” (O Preço)

Por tantas vezes temos um medo de darmos um passo diferente pensando que pode dar errado, pensando que podemos sofrer. Sou um tipo de pessoa que não desiste fácil do que quero, pode me chamar de teimosa, eu deixo. Mas também sou do tipo que prefere sair de uma situação só pra não ter que correr e encontrar migalhas no final.

Esses dias usei muitas expressões em que eu comparava o comportamento das pessoas com momentos em que já vivi e, em muitas dessas vezes, comparei uma pessoa a outra, mas só me dei conta o quanto estava errada quando alguém resolveu me comparar a outra pessoa, quando eu percebi que eu não dava a mínima a isso. Pensei comigo mesma: “perdi meu tempo procurando fazer uma pessoa seguir meu padrão ideal”.

Não existe padrão ideal para comportamentos, ou melhor, não existe nem padrão!

Existe eu, existe você, existe ele, existe ela, existe nós!

Cada um com seus comportamentos diferentes, com suas crenças diferentes, com maneiras de encarar a vida diferente. O certo ou o errado depende do que você acha certo ou errado!

Projetar o próximo é como sonhar, tu só vives isso na sua mente e mais nada.

O legal de algo dar errado na nossa vida é a possibilidade de aprendermos com nossas próprias experiências. Só que nem sempre isso é legal, tentar aprender sem ter que passar é menos dolorido.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Adolescência Moderna

Não somente eu, mas a maioria das pessoas tem percebido que nossos adolescentes não são mais os mesmos, nem nossas crianças. Surgem modas e mais modas, surgem tribos novas e a gente escuta o tão famoso “nada haver”.

Com certeza, nem eu, nem ninguém pode negar que a informação, hoje, chega muito mais rápido e de uma forma não filtrada. As crianças já sabem o significado de beijar, mesmo sem fazer isso (infelizmente, algumas já fazem). Hoje virgindade é coisa do passado, dos “tempos da vovó”.

Não sou tão velha assim, estou no auge dos meus 24 anos, mas dá para perceber o quão diferente são os adolescentes de minha geração e da geração de agora.

Quando adolescente, adorava (tá, ainda adoro) usar pulseirinhas coloridas. E, na minha época, pulseiras coloridas só eram pulseiras coloridas. Hoje são as “pulseiras do sexo”.

Proibiram a venda e adivinhem: eu usava um amarrador de cabelo (ainda uso, estilo fio de telefone) e que agora é a nova “pulseira do sexo”.

Onde isso vai parar?

De quem é a culpa?

Em minha opinião, a culpa começa com os pais!

Depois a gente põe a culpa nos coleguinhas, nos professores, no escambal, mas a educação começa em casa.

Tá, eu ainda não tenho filhos, mas sou professora de adolescentes, ajudo na criação de uma garotinha linda, Camilinha, e tento ajudar na criação de meus primos mais novos.

Tenho percebido algumas situações. Vamos começar da infância.

Criança tem que brincar, mas também tem que ajudar em casa, ajudar a mamãe e o papai quando eles precisarem. Isso sei que ninguém discorda. Agora vamos ao ponto chave: as crianças têm, por curiosidade inocente, mania de imitar adultos. Somos os espelhos da criança.

Querem calçar os sapatos, vestir as roupas dos pais, usar o “oclão” do pai. Até aí nenhum problema. Agora imagine a seguinte situação:

Se eu vejo o menininho dando selinho na menininha ou pegando nela de forma que eu sei que não é certo e não falo nada, estou sendo conivente com aquilo e estragando a pureza de ser criança. Temos que chamar atenção e não rir. “Ah, são apenas crianças”. São crianças, mas que um dia entenderão o significado e, acredite, entenderão bem cedo.

Se não incentivarmos as crianças a brincar, a estudar, a fazer coisas de crianças, elas tenderão a fazer as coisas erradas.

Sei que, hoje em dia, as crianças estão cada vez mais independentes. Porém, somos nós que damos o freio; somos nós que dizemos até onde elas podem ir.

Lembro-me quando a Camila começou a estudar e, um dia, ela me contou uma experiência que ela vivida na alfabetização.

Segundo ela, haviam dois coleguinhas que queriam brincar de namorar com ela e outra coleguinha, e ela falou que era pra eles pararem com isso porque eles eram crianças e não tinham idade pra namorar nem brincando.

Fiquei muito feliz com isso. Uma garotinha de então cinco anos (na época) ter esse tipo de atitude. Mas é devido ela ser criança, em todos os sentidos.

Vamos aos adolescentes agora!

Ô época difícil. Tudo começa a acontecer. As meninas ficam “mocinhas”, começam a se desenvolver, menstruam. Bate a sensação: “deixei de ser criança e não posso brincar mais de boneca”. Nos meninos começam a nascer os fiozinhos, mas que, com orgulho, chamam de barba; a voz começa a engrossar e pronto: chega de brincar de carrinho.

Tudo muda. Não há quem diga que não. Mas, conscientemente muda. Porém, isso significa que já são adultos? Não!

Se bem que todo adolescente se acha o mais sábio, o maduro “da parada”. Pena que a gente só pode comprovar que a coisa não é bem assim quando crescemos, quando tomamos responsabilidades para nós.

O número de adolescentes virgens é bem inferior ao que víamos há alguns anos. Nesta semana ouvi uma frase mais ou menos assim: “Enquanto os adolescentes fazem amor, a gente coleciona figurinhas”. Não lembro de quem foi, mas mexeu com as ideias. Os adolescentes estão tão afoitos em amadurecer que só pensam nisso, mas não sabem sequer a gravidade de seus atos. Pensam que sabem, têm as respostas para tudo, mas quando a coisa ocorre (ou gravidez, ou doença) recorrem aos pais, aos mais velhos, como criancinhas inocentes.

A maioria não tem respeito pelos pais, pelos mais velhos. É como se achassem que estão no mesmo nível, que nada pode atingi-los.

Mas, apesar de tudo isso, tem até uma característica muito boa com o que rola hoje. Os adolescentes que se utilizam das informações rápidas e de avanços tecnológicos frenéticos para fazerem algo por eles próprios são, geralmente, adultos promissores.

A informação é uma arma, a arma desta guerra moderna. Mas, como toda guerra, existem dois lados – o bem e o mal –, aí escolher o lado é que é a coisa.

O problema está no que os outros vão pensar se eu fizer ou se eu não fizer aquilo.

“Se eu me comportar desse jeito estarei perdendo minha moral.”

Quando paramos de ligar para o que os outros vão pensar e passamos a agir de forma consciente, damos um passo importante na tão chamada maturidade. Quando conseguimos dominar sentimentos, emoções e ações, dominamos a nós mesmos completamente.

Porém, comportamentos são como opiniões: podem ser mudados e moldados.