quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Princesinha Parabólica

Hoje minha noite não foi fácil, chorei por situações complicadas, Camila me abraçou e me disse "Eu te amo, pára de chorar..."
De umas horas pra cá meus sentimentos foram se comportando e eu parei pra pensar que nunca escrevi sobre a Camila em um texto de meu blog e não demonstrei a importância que ela tem em minha vida.
Conheço a Milinha antes mesmo de ela nascer, quando ela nasceu olhei pros olhinhos claros dela e foi amor à primeira vista de ambas as partes.
Quando ela tinha um ano eu parava pra conversar com ela (ou fingir que conversava), não entendia o que ela falava, mas dava pra ver que ela gostava de falar comigo.
A primeira palavra que ela aprendeu a falar foi "Nathaly", ela passava mais tempo comigo do que com a mãe dela, então tive uma boa parcela de culpa nisso.
Aos três anos de idade dela eu tive depressão, estava sobrevivendo, mas ela sempre ia me visitar, morava em frente à minha casa. Ficávamos sentadas no chão, eu, ela e meu cachorro Max, eram minhas companhias legais.

Lembro de um dia que deitamos e ela falou o primeiro "Eu te amo" pra mim. Pode parecer a maior babaquice, mas aquilo foi super animador e mudou completamete minha vida.
Amo a Camila como se fosse minha filha, na verdade a considero assim, posso não a ter gerado, mas o carinho que uma tem pela outra é totalmente inexplicável. Gosto de fazê-la dormir, gosto quando ela conversa comigo, quando a gente rir juntas, quando contamos piadas.
Pensei que este carinho fosse acabar, mas hoje, ela tem 9 anos de idade e o meu carinho por essa coisinha só aumenta.
A amo demais.





"Se a TV estiver fora do ar quando passarem os melhores momentos da sua vida, pela janela eu estarei de olho em você, prenda minha parabólica, princesinha parabólica... Nada nos separa!"

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Desabafo de uma Professora

Nestes últimos tempos estou meio infeliz de como minha profissão está sendo desvalorizada, têm dias em que vir pra escola se torna um desafio. Todo meio-dia, no sol quente, preciso pegar um ônibus pra zona leste da cidade e, muitas vezes, sem almoçar.
É chato você se planejar, preparar sua aula, praparar dinâmicas e ver um grande desinteresse dos estudantes.
Quando fala-se em festas, eles se animam, quando fala-se em estudos, eles não querem nada.
Isso me deixa triste e faz mais triste ainda quando colegas de trabalho me aconselham a só passar um trabalho e dar logo 10 pra eles passarem.
Eu não escolhi ser professora pra isso!
Sei que consigo ministrar uma boa aula e sou competente o suficiente, talvez eu não esteja usando a didática certa, sei lá.
Eu gosto dos elogios que me fazem, gosto quando falam que eu sou uma boa professora, mas eu desejo ver isto dos meus alunos.
É fato que a mente dos alunos da Zona Leste não é igual aos da Zona Sul (citei as duas zonas como comparação porque foram as únicas nas que trabalhei), poucos fogem esta excessão, mas a maioria pensa que se ganhar R$1000,00 no mês a vida deles será uma maravilha, acham que ser amigo do maior galeroso do bairro é legal, pensam que "dar porrada" em alguém é a coisa mais honrosa do mundo.
Triste ver o caminho que seguem, por mais que você pare pra falar, pra conversar (o que faço bastante), nada parece fazer efeito.
Boa parte desse comportamento desinteressado do aluno a direção da escola é culpada, com essa política de educação de merda que segue. Não podemos reprovar muitos alunos, por causa da verba. Eu sou o tipo de pessoa que não estou nem aí, talvez, no ano que vem eu nem esteja mais neste emprego ou seja remanejada pra outra escola (é o que fazem com os "rebeldes"), mas eu não quero ver nenhuma das pessoas para quem eu ministrei aula sendo um péssimo profissional.Sou a favor de somente passar quem aprendeu e ponto.
Amo minha profissão, mas estas coisas me deixam assim, mal.
Vocês não tem noção de quanto eu vibro quando eu consigo dar uma aula de acordo com minhas expectativas, quando eu percebo que eles aprenderam.
Talvez este texto mostre minha pessoa fraca, sem esperanças, não pensem nisso. Tenho esperança de que isso pode mudar, ainda tenho alguns meses pela frente pra fazer a diferença e eu só desistirei no final, tudo o que eu puder fazer pra tornar este quadro mais jeitosinho, eu farei. Só precisava desabafar mesmo e, com isso, trocar ideias com meus colegas educadores.